sexta-feira, 27 de março de 2015

O i do seu nome

Pudera a inquietude condenada
Tomar conta de meus pensamentos
Domar assombros e pesares
E espantar olhares fraudulentos

Mentir é o que eu sempre faço
Sempre fiz, e sempre hei de fazer
Pois a verdade em mim não tem espaço
Nunca teve e nunca há de ter

Ignore as mentiras deslavadas
As contei somente por prudência
Pra que pudesse ser despercebida
As minhas dores e total demência

Porque o amor, meu caro, deixa claro
E bem visível para todo mundo olhar
Uma ferida totalmente aberta
Para qualquer dor que venha a mais entrar

Revelo então em ruas e holofotes
As mentiras que me permiti manter
E prostro-me diante de teu busto
Cansado de tanto me arrepender

Então por fim concluo na poeira
Da borracha que usarei sem nem pensar
Para apagar o “i” que ostentas em teu nome

E por o fim, no devido lugar



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