sexta-feira, 20 de março de 2015

Eu, Parnasos

Não tenho o costume de escrever poesias. Simplesmente não faz o meu gênero. Gosto de passar mensagens e rir da vida como um todo e me sinto preso à forma sempre que tento me expressar em versos. Contudo, hoje aceitei o desafio de tentar escrever um poema para a coluna do meu amigo Pedro Cruz de Aguiar. Desta vez resolvi rir de mim mesmo e da minha afeição pela forma que surge sempre que escrevo versos. 


Ainda que escreva com afeto
Ainda que eu fale como um anjo
Tornar-me-ei pouco poeta, de fato,
Se, ao acaso, descuidar-me com o arranjo

Pois nada há de superar a forma
Que regulamenta minha estrofe
Se despir-me de uma lógica poética
Entregar-me-ei inteiro a catástrofe

Que seria de um lar sem alicerce
Senão poeira em um monte desprezível?
De fato um lar, poderia sê-lo
Mas ser morada é fato impossível

Diziam já os poetas do parnasos
Sobre um vaso rubro e chinês
Que se deve pregar em métricas perfeitas
E dizê-lo exato como o pintor fez

Que seria do poema sem a forma?
Rimas e métricas em perfeita sintonia
E o que da forma sem a norma?

Não há poema sem filosofia



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