Não tenho o costume de escrever poesias. Simplesmente não faz o meu gênero. Gosto de passar mensagens e rir da vida como um todo e me sinto preso à forma sempre que tento me expressar em versos. Contudo, hoje aceitei o desafio de tentar escrever um poema para a coluna do meu amigo Pedro Cruz de Aguiar. Desta vez resolvi rir de mim mesmo e da minha afeição pela forma que surge sempre que escrevo versos.
Ainda
que escreva com afeto
Ainda
que eu fale como um anjo
Tornar-me-ei
pouco poeta, de fato,
Se,
ao acaso, descuidar-me com o arranjo
Pois
nada há de superar a forma
Que
regulamenta minha estrofe
Se
despir-me de uma lógica poética
Entregar-me-ei
inteiro a catástrofe
Que
seria de um lar sem alicerce
Senão
poeira em um monte desprezível?
De
fato um lar, poderia sê-lo
Mas
ser morada é fato impossível
Diziam
já os poetas do parnasos
Sobre
um vaso rubro e chinês
Que
se deve pregar em métricas perfeitas
E
dizê-lo exato como o pintor fez
Que
seria do poema sem a forma?
Rimas
e métricas em perfeita sintonia
E
o que da forma sem a norma?
Não há poema sem filosofia


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