sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Crucificado

Culpa Encarnada


Um diabo,
um diabo pendurado na torre antiga,
pedra decrepita, carne nova.

Preso na sua sina imposta,
um diabo, na cruz arcaica e podre,
herdando o pecado de todos,
absolvendo os males.

A ironia, ó Crucificado,
Ver perdurar a cruz e o demônio
e a atalaia secular.

A eternidade passante em procissão
ajoelhada em benção,
apontando em blasfêmia
o pobre diabo, na cruz na torre.

A ironia, ó Crucificado,
testemunhar o pobre diabo
sofrer, das criaturas, o pecado





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