“Todo dia ela faz tudo sempre igual/ Me
sacode ás seis horas da manhã/ Me sorri um sorriso pontual/ E me beija com a
boca de hortelã” – Chico Buarque (Cotidiano)
Bom dia. Boa tarde. Boa Noite. Uma boa alguma coisa para o horário
que você estiver. Sabe... Às vezes eu acho que eu me forço a escrever sempre da
mesma maneira. É engraçado pensar que os meus textos sempre tem em torno de duzentos
e cinquenta palavras ou algo assim, quando digo texto, me refiro a essa parte
chata na qual eu dou uma mensagem para vocês.
Isso mostra como é fácil criar uma rotina, não quero dizer que ter uma
rotina seja ruim, isso te ajuda a planejar o seu dia. O problema é quando
cumprir esse padrão torna-se uma obsessão para você, por isso mesmo que eu vou
terminar a minha mensagem edificante aqui, para não ficar alimentando esse meu
padrão. Na verdade, eu estou fazendo isso por preguiça mesmo, mas tudo bem né? Vamos
lá.
Bate
o Sino
É meio-dia,
O sino ressoa e retumba,
Batidas fúnebres e compassadas
Sempre doze vezes... Sempre doze...
São três horas da tarde.
O amor passa pela rua,
Sempre acompanhado, mas não por mim.
E o sino bate três vezes... Sempre
três...
São seis horas da tarde,
A labuta diária chega ao fim,
E o amor na rua passa apenas de carro,
nunca a pé.
E o sino bate seis vezes... Sempre seis...
São noves horas da noite
Durmo por cansaço e não por vontade.
E tento sonhar com o amor, mas ele não
está lá.
E antes de desmaiar, o sino bate nove
vezes... Sempre nove...
São nove horas da manhã.
Acordo atrasado, engulo o café.
Passo na frente da sua casa, tentando te
ver pela janela,
Mas ela estava fechada.
E o sino bate nove vezes... Sempre
nove...
É meio-dia novamente, sento para almoçar.
Olho para o meu lado, algo que nunca
faço.
E vejo você, aquele amor que está sempre
comigo, mas que nunca percebo.
E o sino não ressoa mais.

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