sexta-feira, 13 de março de 2015

Para Fugir do Padrão

“Todo dia ela faz tudo sempre igual/ Me sacode ás seis horas da manhã/ Me sorri um sorriso pontual/ E me beija com a boca de hortelã” – Chico Buarque (Cotidiano)



        Bom dia. Boa tarde.  Boa Noite. Uma boa alguma coisa para o horário que você estiver. Sabe... Às vezes eu acho que eu me forço a escrever sempre da mesma maneira. É engraçado pensar que os meus textos sempre tem em torno de duzentos e cinquenta palavras ou algo assim, quando digo texto, me refiro a essa parte chata na qual eu dou uma mensagem para vocês.
         Isso mostra como é fácil criar uma rotina, não quero dizer que ter uma rotina seja ruim, isso te ajuda a planejar o seu dia. O problema é quando cumprir esse padrão torna-se uma obsessão para você, por isso mesmo que eu vou terminar a minha mensagem edificante aqui, para não ficar alimentando esse meu padrão. Na verdade, eu estou fazendo isso por preguiça mesmo, mas tudo bem né? Vamos lá.



Bate o Sino


É meio-dia,
O sino ressoa e retumba,
Batidas fúnebres e compassadas
Sempre doze vezes... Sempre doze...

São três horas da tarde.
O amor passa pela rua,
Sempre acompanhado, mas não por mim.
E o sino bate três vezes... Sempre três...

São seis horas da tarde,
A labuta diária chega ao fim,
E o amor na rua passa apenas de carro, nunca a pé.
E o sino bate seis vezes... Sempre seis...

São noves horas da noite
Durmo por cansaço e não por vontade.
E tento sonhar com o amor, mas ele não está lá.
E antes de desmaiar, o sino bate nove vezes... Sempre nove...

São nove horas da manhã.
Acordo atrasado, engulo o café.
Passo na frente da sua casa, tentando te ver pela janela,
Mas ela estava fechada.
E o sino bate nove vezes... Sempre nove...

É meio-dia novamente, sento para almoçar.
Olho para o meu lado, algo que nunca faço.
E vejo você, aquele amor que está sempre comigo, mas que nunca percebo.
E o sino não ressoa mais.



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