Um cachorro louco
roendo aço puro.
Uma bananeira plantada
no concreto.
Uma roda com pontas e
cantos.
Um laço feito de
madeira sólida.
Um jogo sem começo,
meio e fim.
Um copo hidrofóbico.
Uma lente opaca para
telescópio.
Um livro em branco e
sem páginas.
Um prédio sem cor, sem
pedras e sem estrutura.
Folhas que não caem no
chão.
Um mundo que não gira
em um eixo.
Um homem que não come,
não bebe e não respira.
A lua surgindo às nove
da matina.
Um beco escuro bem
iluminado.
A água que não congela
nem evapora.
O líquido que não
escorre e nem pinga.
A pinga que não
enlouquece quem a bebe.
O bêbado com plena
sanidade.
A sanidade encarcerada
num hospício.
Um hospício para gente
sem loucura.
A loucura que só ataca
quem não mente.
A mentira que
enfraquece a mente fraca.
A fraqueza que
entorpece quem não sente.
O sentimento que em
deusa bruta choca.
O choque que tristeza
então contente.
Contenta meu então
comportamento.
Que lento e triste
minha blusa chora.
Já em lágrimas desfaz o
meu alento.
E tanto e tudo e claro tão
profundo.
Adeus olá quem disse
desse mundo.
O nosso corpo que não
faz propósito.
Eu te amo e você me
ama.
Nada disso faz sentido
algum.

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