sexta-feira, 31 de julho de 2015

Viajor das Amplidões

Viramundo



Vago e revago pela rua,
Frente, trás, o muro descascado,
A posição da casa em diferentes ângulos.
Nuvem cobrindo o sol na ida.
Reconhecer das múltiplas vistas.

Na praça,
Sapatos gastos seguem
Sempre com rumo.
Único objetivo: passar.
Se ficam, passam o tempo.

Não veem a beleza de vagar,
Conhecer a vida... Sem velocidade.

Sair das janelas,
Das grades que prendem... E ir...
Da rua natal para o bairro próximo,
A estação de trem, o município longe.

Descer a serra, fugir da selva.
Cair na tranquilidade.

Descalçar da vida.
Sentir os dedos.
A grama, o bicho do pé,
a lama escorregadeira.

Andarilhar na beira da estrada.
Enquanto carros vão, vejo bois.
Antiga pedreira, minas de argila,
Cercas de arame e mato, lagos e sítios.
O olhar civilizatório da natureza.

Ferir os pés no limiar do concreto,
Da sociedade.
Trovar amplidões
Sem Vira-mundo.





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